terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Comer Orar Amar II

"Estou feliz, saudável e equilibrada. E sim, não posso deixar de notar que estou a caminho daquela bonita ilha tropical com o meu amante brasileiro. O que é, confesso, um final do tipo conto de fadas para esta história, como a página arrancada ao sonho de uma dona de casa. (...) Contudo, aquilo que me impede de dissolver agora mesmo num clarão feérico é esta sólida verdade, uma verdade que me fortaleceu ao longo dos últimos anos - não fui salva por um príncipe, fui eu a administradora do meu próprio salvamento.
Os meus pensamentos viram-se para algo que em tempos li, algo em que os budistas Zen acreditam. Dizem que um carvalho é criado por duas forças em simultâneo. Obviamente, há a bolota em que tudo começa, a semente que contém toda a promessa e potencial, que se transforma em árvore. Toda a gente pode ver isso. Mas só alguns reconhecem que há outra forma que a opera - a futura árvore em si, que quer tanto existir, traz a bolota à existência, fazendo com que a planta saia do vácuo, guiando a evolução do nada à maturidade. Neste aspecto, dizem os Zen, é o carvalho que cria a própria bolota de onde nasceu."

Elizabeth Gilbert, Comer Orar Amar

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